Tuesday, December 17, 2013

Greves e Luta classista in Brasil



c

BH: Operários deflagram greve na construção

http://www.anovademocracia.com.br/122/07a.jpg
Operários em greve bloqueiam Av. Abraão Caram, próxima à UFMG, no dia 28/11/2013.
Os trabalhadores da construção de Belo Horizonte e região estão em plena campanha salarial 2013/2014. Luta unificada que conta com a participação dos sindicatos ligados à Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Minas Gerais, Feticom-MG.
Em 24 de novembro, a assembleia geral da categoria, realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte e Região (Stic-Marreta), aprovou o Estado de Greve. No dia seguinte começaram as paralisações.
No fechamento dessa edição de AND (29/11) a greve já durava três dias. Diversas obras encontravam-se paralisadas em todas as regiões da capital, algumas pela ação espontânea dos operários, revoltados com os baixos salários e as péssimas condições de trabalho, outras por piquetes organizados pelo Marreta.
Durante as paralisações os dirigentes sindicais realizaram agitações nos canteiros de obras, convocando os trabalhadores a aderirem às mobilizações. Segundo o relato de diretores do Marreta, as paralisações contam com grande adesão da categoria. Em cada obra paralisada são organizadas assembléias que debatem a pauta de reinvindicações e a expansão da luta para outros canteiros de obras.
Seguindo o exemplo dos protestos que ocorrem em todo o país, as paralisações próximas a avenidas avançaram para os bloqueios desses corredores pelos trabalhadores, que exigem respostas concretas para suas reinvindicações.
Os operários exigem melhores salários, o fornecimento pelas empresas de almoço e café da tarde em todos os canteiros de obras, o fim da terceirização nos canteiros, melhores condições de trabalho, com adoção de medidas coletivas e individuais de segurança, alojamentos decentes, entre outras demandas.

Patrões fogem das negociações

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção de BH e Região entregou, no final de setembro, a pauta de reivindicações da categoria aprovada em assembleia ao sindicato patronal e, até o momento, ocorreram duas reuniões que deveriam ser para tratar da pauta de reivindicações, mas apenas o advogado do Sinduscon compareceu sem sequer fazer referência à pauta apresentada pelos trabalhadores. Os diretores do Sinduscon não compareceram nas reuniões ou se pronunciaram sobre as reivindicações dos trabalhadores.
A proposta apresentada pelo advogado do Sinduscon foi de 7,5% de reajuste, o que, segundo os cálculos feitos pela diretoria do Marreta, equivalem a R$ 1,85 por dia (tomando como base o salário de um servente). Essa proposta aviltante foi unanimemente rejeitada pela categoria na assembleia do dia 24.
A greve continuará por tempo indeterminado, até que os patrões se apresentem para debater e atender as demandas apresentadas na pauta de reivindicações.

Usina de Belo Monte — PA

Milhares de operários em greve

http://www.anovademocracia.com.br/122/08a.jpg
Belo Monte: greve no Sítio Pimental.
Cerca de seis mil operários paralisaram o Sítio Pimental, um dos principais canteiros de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, entre os dias 9 e 18 de novembro.
Os trabalhadores protestavam contra as péssimas condições de trabalho, exigindo melhores salários e aumento no vale alimentação.
No dia 11, um piquete bloqueou os portões de acesso ao canteiro de obras. Os trabalhadores ocuparam portarias e impediram a circulação de máquinas pesadas. Somente a saída de ônibus com trabalhadores moradores de Altamira foi permitida.
Em reportagem transmitida por uma emissora de TV local, operários exigem respostas do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) sobre sua pauta de reivindicações e exigem posicionamento do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins do Estado do Pará (Sintrapav), que até então não havia se manifestado.
No dia 12, a greve se estendeu aos Sítios Canais, Diques, Bela Vista e Infraestrutura, ganhando a adesão de milhares de outros operários.
No dia 14 o judiciário determinou a proibição do bloqueio das portarias dos canteiros de obras. Soldados da tropa de choque da PM e da Força Nacional de Segurança foram enviados para reprimir a greve e há informações de que grevistas foram demitidos.
Sem respostas do CCBM ou do Sintrapav, os operários decidiram, em assembleia, manter a paralisação até o dia 18 de novembro, quando ocorreria nova assembleia.
Em uma reportagem de um telejornal local transmitida no dia 14 de novembro, o operário Adailton Pereira denunciou:
— Toda categoria está com os salários rebaixados e defasados. Essa é uma das obras que mais recebe dinheiro do governo federal, uma obra milionária e nós temos salários aqui de R$ 700 e R$ 673 — protestou.
Não há informações precisas sobre o fim da greve, sobre o número de operários demitidos ou sobre as respostas do CCBM às reinvindicações. A redação de AND entrou em contato com o CCBM e o Sintrapav por e-mail e até o fechamento dessa edição não obtivemos respostas.

No comments:

Post a Comment