Friday, October 31, 2014

Brasil - honor y gloria al companeirho Cleomar -- MAOISTROAD



Honra e glória aos heróis do povo!

Companheiro Cleomar, Presente na Luta!

Viva a revolução agrária, democrática e antimperialista!





Dirigente camponês assassinado no Norte de Minas

Crime anunciado do latifúndio com omissão e participação de “autoridades”.

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O companheiro Cleomar é mais um mártir da Revolução Agrária no Brasil
Na tarde de 22 de outubro, o dirigente camponês, coordenador político da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Norte de Minas e Sul da Bahia, Cleomar Rodrigues de Almeida, 46 anos, foi assassinado por pistoleiros a mando de latifundiários com um disparo de escopeta calibre 12 quando voltava do município de Pedras de Maria da Cruz para a Área Unidos com Deus Venceremos, onde vivia.
Cleomar era um dos “filhos do meio” de uma família numerosa de 18 filhos concebidos em dois casamentos. Seu pai nos contou um pouco da saga de uma família de trabalhadores. Alguns foram para a cidade tornando-se operários ou assumindo outras profissões. Cleomar também tentou a vida na cidade, foi viver em São Paulo, tornou-se operário da construção. Voltou às suas origens em Pedras de Maria da Cruz, montou um pequeno comércio e integrou-se à vida e luta dos camponeses, fazendo-se ativista e forjando-se na luta contra o latifúndio, como um destacado e respeitado dirigente da Liga dos Camponeses Pobres.
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O dirigente da LCP produzindo mel
Na cerimônia do funeral, presidida pela coordenação da LCP do Norte de Minas e Sul da Bahia, tomaram a palavra a Comissão Nacional das LCPs, a Liga Operária, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte e Região (Marreta), o Movimento Feminino Popular (MFP), o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), a Associação Brasileira dos Advogados do Povo (Abrapo) e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo), que transmitiu mensagem de solidariedade da Frente Independente Popular do Rio de Janeiro (FIP-RJ). Uma guarda de honra formada por ativistas camponeses foi montada diante do corpo de Cleomar, coberto pela bandeira vermelha da LCP.
Um coordenador regional da LCP abriu a cerimônia com as seguintes palavras:
“Entendemos que existe essa divisão de classes em nosso país. Há muitos que estão no poder e que se posicionam de forma contrária, dizem que não existe luta de classes, que vivemos em um país democrático e as leis existem para todos. Mas isso não acontece.
Foi por causa da classe que o companheiro representa que estamos aqui diante dessa situação, mas queremos falar para todos os companheiros presentes, para todos os familiares, que estamos no caminho certo.
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Bandeiras vermelhas da LCP acompanharam o cortejo
Representamos a classe dos oprimidos, dos mais sofridos, daqueles que constroem tudo e não tem direito a nada. Não tem direito à saúde, não tem direito à educação, não tem direito ao lazer e não tem direito ao transporte que satisfaça nossos interesses. Por isso, hoje estamos fazendo essa homenagem ao Cleomar para reafirmar e deixar claro o quanto esse companheiro serviu a luta e o quanto ele representa para a gente, que representa a nossa classe. Tivemos a felicidade de nos últimos três dias estar junto com o companheiro, dia e noite, defendendo isso que acreditamos, que é uma Revolução Agrária, que é a transformação de nosso país, por uma Nova Democracia em que todos tenham os direitos que hoje nos são negados”.
O boletim de denúncia publicado pela LCP foi lido durante a cerimônia. Parte desse boletim foi redigida pelo próprio Cleomar pouco antes de seu assassinato. São palavras que ele disse em alto e bom som diante de “autoridades”, representantes do governo, Ministério Público e comando da Polícia Militar, em uma Audiência Pública realizada no dia 9 de outubro, revelando ameaças que ele e vários camponeses vinham sofrendo por parte do latifúndio. Nessa audiência pública, Cleomar denunciou, inclusive, a participação de policiais e de um oficial de “justiça” em ações para expulsar camponeses das terras tomadas do latifúndio e pescadores que vivem e trabalham nas vazantes (regiões de terras baixas e férteis que passam algum tempo alagadas pelas águas dos rios e que, nos períodos de seca, são utilizadas para a produção). O representante da Abrapo, que esteve presente nessa audiência, contou que Cleomar apontou “Marquinhos”, conhecido por todos na região como pistoleiro a soldo do latifúndio, como elemento que ameaçava os camponeses.
Ao denunciar a ação de policiais e da pistolagem em Pedras de Maria da Cruz, Cleomar foi aplaudido pelos camponeses presentes na Audiência, que reconhecerem sua verdade e sua firmeza.
O projeto do panfleto que estava em sua bolsa ficou crivado de projéteis de chumbo e manchado com seu sangue.
Uma dirigente da LCP se dirigiu aos familiares, companheiros e amigos de Cleomar com as seguintes palavras:
“Tenham certeza que nós da LCP vamos reafirmar em toda nossa luta a luta do companheiro, fazer valer o sangue que ele derramou pela destruição do latifúndio em nosso país e pela construção de uma sociedade nova.
Ele era exemplo de que não devemos ter ilusões com esse Estado que negou terra, que negou água aos camponeses. Romper qualquer ilusão com esse Ministério Público que negou justiça para o companheiro. Quantas vezes ele foi ameaçado? O que foi feito? Nada! Nenhuma medida foi tomada. O companheiro chegou a ser ameaçado pelo investigador Danilo, da Polícia Civil de Januária, porque organizava os camponeses para lutar.
O companheiro Cleomar vive na nossa luta, nas nossas palavras de ordem, nos compromissos que assumimos coletivamente com o companheiro de tomar as terras do latifúndio, de fazer avançar a Revolução Agrária. Esse é o juramento que ele fez, deu a vida, e reafirmamos a decisão de honrar esse juramento.”
Após a cerimônia política, os familiares e amigos fizeram suas últimas despedidas. O caixão com o corpo de Cleomar percorreu as ruas de Pedras de Maria da Cruz em um cortejo silencioso, aberto pelos guardas de honra empunhando as bandeiras vermelhas da LCP. Várias pessoas se revezaram segurando as alças do caixão.
Dor e revolta. Populares se aglomeravam nos comércios e acompanhavam com olhares silenciosos de solidariedade. No cemitério, após breve cerimônia religiosa, o corpo de Cleomar foi sepultado.
“Companheiro Cleomar, vingaremos sua morte!” juraram solenemente dezenas de camponeses repetindo esse grito de revolta diante da sepultura do dirigente camponês, que foi coberta por uma dezena de coroas de flores enviadas por apoiadores da luta camponesa de todo o país.
Desde a redação de A Nova Democracia transmitimos também nossa mensagem de dor e revolta, certos de que as sementes plantadas por Cleomar florescerão nas batalhas dos camponeses em todo o país.






Escrito por Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres

Na tarde do dia 22 de Outubro o dirigente camponês Cleomar Rodrigues de Almeida, de 46 anos foi covardemente assassinado por pistoleiros a mando de latifundiários. Quando voltava da cidade para a área onde vivia com mais 35 famílias camponesas, foi atingido por um disparo de escopeta calibre 12 à queima roupa. O companheiro Cleomar era o Coordenador Político da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia.
O companheiro Cleomar e a LCP há muito que denunciavam as ameaças que ele e vários trabalhadores, que moram na região, vinham sofrendo por parte do latifundiário das fazendas Pedras de São João Agropecuária e latifundiários vizinhos. As ameaças eram constantes e foi denunciado inclusive a participação de policiais e oficial de justiça na trama para expulsar os camponeses das terras e os pescadores das vazantes. Diante de várias denúncias e da total ausência de providências por parte das autoridades do Estado, os latifundiários e seus bandos desde muito tempo têm fustigado, ameaçado e provocado as famílias de trabalhadores rurais da região. É gritante em todo o país a COMPLETA OMISSÃO e CUMPLICIDADE das autoridades como o MP, INCRA e OUVIDORIA AGRÁRIA com tantos crimes cometidos pelos latifundiários, enquanto criminalizam todos os que lutam pela terra: camponeses pobres, quilombolas e indígenas!
No dia anterior, o companheiro Cleomar, como lutador e dirigente da Liga esteve presente todo o dia com as famílias da Área Vitória, em Verdelândia, comemorando mais uma derrota do latifúndio, quando após mais de 15 anos de resistência dentro da área as famílias do Vitória obtiveram decisão da justiça consolidando a posse pelos camponeses daquelas terras, onde tanto sangue dos pobres do campo já correu.
Denunciamos os latifundiários das Fazendas Pedras de São João Agropecuária e vizinhos Rodolfo, Iran de Moura e Antonio e seu pistoleiro Marquinhos. Responsabilizamos ainda as autoridades do Ministério Público já acionadas à exaustão e sempre fazendo-se de surdas, responsabilizamos o Ouvidor Agrário Nacional senhor Gercino da Silva que tem assistido a um verdadeiro massacre de lideranças camponesas e só faz acusar e incriminar os camponeses em luta, justificando os bárbaros crimes do latifúndio. Responsabilizamos os governos e seus orgãos INCRA, Fundação Palmares e SPU na sua imunda política de jogar quilombolas contra camponeses, pescadores contra camponeses, vazanteiros contra pescadores, enfim jogar o povo pobre contra o povo pobre para favorecer aos latifundiários. Como também responsabilizamos os partidos e organizações oportunistas que se arrastam mendicantes para este governo Dilma/PT, demagogo e corrupto, governo dos grandes burgueses e latifundiários, serviçais do imperialismo, principalmente dos Estados Unidos.
O companheiro Cleomar era um dedicado e decidido dirigente camponês, exemplar militante da Liga dos Camponeses Pobres e seu destacado dirigente, defensor incansável da destruição do latifúndio e da Revolução Agrária que entregue a terra a quem nela trabalha, como único caminho para se fazer justiça, acabar com as relações de exploração e com a opressão e pelo estabelecimento de uma verdadeira e nova democracia em nosso país. Como parte dos melhores filhos e filhas do povo, o companheiro Cleomar seguirá sendo exemplo para todos lutadores do povo e se iludem os que o assassinaram, mandantes e executores, que com isto irão derrotar a luta do povo. Saibam que ao contrário do que sonham, de afogar em sangue a luta pela terra, o sangue derramado dos melhores filhos e filhas do nosso povo só regará nossa luta, aumentará nosso ódio de classe a todo este sistema parasita de exploração e opressão e fará maior ainda nossa sede de justiça. Ele como tantos seguirão vivos em nossas irrenunciáveis bandeiras vermelhas de luta!
Morte ao latifúndio!
Justiça e terra a todos os camponeses pobres sem terra ou com pouca terra!
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